Usinas deixaram de entregar 20% do biodiesel

SÃO PAULO, 9 de janeiro de 2008 - Cerca de 20% do biodiesel contratado pelas distribuidoras na semana passada não foram entregues pelas usinas, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), que representa 80% das distribuidoras brasileiras. Apesar de governo, distribuidoras e produtores considerarem normais eventuais atrasos, por se tratar da primeira semana de mistura obrigatória, analistas acreditam que o risco de as usinas não cumprirem os contratos - assim como ocorreu no ano passado - é de médio a alto. A estimativa é que os estoques atuais sejam suficientes para três meses.
A dificuldade de entrega estaria no fato de o valor que remunerará o litro do biodiesel no sexto e no sétimo leilões - R$ 1,85 - estar abaixo do custo médio de produção, acima de R$ 2. Por conta da dificuldade em atender os contratos - que começaram a vencer em 1º de janeiro - usinas estariam até tentando comprar o produto pronto. "Recebi na semana passada a ligação de um corretor de óleos interessado em intermediar a compra de biodiesel pronto da Barralcool para uma outra usina que venceu o leilão", conta Sílvio Rangel, gerente de Biodiesel da Usina Barralcool, localizada em Barra do Bugres (MT). Corretores da Aboissa e da Uniamérica afirmaram que desconhecem essa demanda por comercialização de biodiesel fora dos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), operação proibida por lei.
Pressionado pela demanda do biodiesel, o preço do óleo de soja subiu 6,3% somente da semana passada para ontem, segundo Marcelo Barros, gerente da divisão de biodiesel na Uniamérica. "Na última sexta-feira, a tonelada foi vendida a R$ 2,35 mil e ontem, a R$ 2,5 mil", completa Barros.
A punição para as usinas que não entregarem biodiesel no prazo em 2008 são muito mais rígidas, implicando em multas no valor do produto não fornecido e na proibição de participação nos leilões seguintes. Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, avalia que essas regras de fato são mais inibitivas, no entanto, acredita que podem ter como efeito uma onda de ações judiciais por parte das usinas para não arcarem com as punições previstas. "Elas podem entrar na Justiça, alegando falta de condições econômicas para cumprir a entrega", completa Pires.
Amarillys Romano, analista da consultoria Tendências, reconhece que existe sim o risco de as usinas não entregarem o biodiesel contratado, considerado por ela como "médio". "No entanto, não seria interessante às usinas inaugurarem o programa com desabastecimento. Seria um tiro no pé", diz.
Pires acrescenta que muitas das usinas que não entregaram até 31 de dezembro de 2007, participaram dos novos leilões e, apesar de fecharem contrato abaixo do custo de produção, acabaram se saindo melhor. Isso porque o preço até 31 de dezembro era de R$ 1,76 o litro e agora está em R$ 1,85.
Menos da metade do volume de biodiesel que deveria estar disponível até 31 de dezembro não foi entregue pelas usinas. Dos 885 milhões de litros contratados nos primeiros cinco leilões, a estimativa da ANP é que 398 milhões de litros tenham sido fornecidos.
Do total, a Petrobras detém 25 milhões de litros em estoque, segundo Silas de Oliva Filho, gerente comercial de Biocombustíveis da estatal. Outros 20 milhões estão armazenados com as distribuidoras. O estoque é suficiente para menos de um mês de consumo no País. Segundo Pires, as usinas também devem deter outra parte do estoque, no máximo, para atender mais dois meses de consumo.
"Corremos o risco de ter biodiesel para os três primeiros meses do ano e não ter mais. A capacidade existe no papel , mas muitas empresas não produzem e não vão produzir a esse preço", afirma Pires. A usina de biodiesel da Barralcool, paralisará a produção, esperando que preços maiores sejam negociados no próximo leilão, previsto para março. "Participamos dos dois últimos, mas não arrematamos porque o prejuízo de produzir para vender a R$ 1,86 é maior do que o de ficar parado", diz Rangel.
Para abastecer os outros meses do ano, o programa do governo depende da entrega do produto em 2008. No sexto e no sétimo leilões, foram contratados 380 milhões de litros, que abasteceriam o mercado no primeiro semestre. Mais 100 milhões também foram leiloados e contratados em dezembro para formação de estoque estratégico da Petrobras. "Esse leilão de estoque foi emergencial", reconhece Edson Silva, superintendente de Abastecimento da ANP.
Apesar de analistas afirmarem que os custos de produção do biodiesel estão acima do contratados nos leilões da ANP, algumas das empresas que participaram dos últimos leilões garantem que terão margem ou vão empatar. A usina de biodiesel da Caramuru Alimentos foi uma das que arrematou lotes no último leilão e, segundo César Borges, vice-presidente da empresa, o hedge feito com matéria-prima e o planejamento da produção garantirão uma pequena margem na operação. A Fiagril, de Mato Grosso, também arrematou lotes no sexto leilão. O diretor Miguel Vaz Ribeiro afirmou que só conseguirá entregar o contratado no sexto leilão (23 milhões de litros), porque já tinha adquirido a matéria-prima no ano passado. "Atualmente, o custo é de R$ 2,17 por litro", conta Ribeiro.
Os números do Sindicom são considerados subestimados pelo diretor-executivo da União Brasileira dos Produtores de Biodiesel (Ubrabio), Sérgio Beltrão. A ANP não divulgou balanço de oferta. (Fabiana Batista - Gazeta Mercantil)

Fonte: Gazeta Mercantil

Bioenergia pretende instalar cinco usinas de biodiesel em MS

Campo Grande (MS) - O secretário de Estado de Coordenação Geral de Governo, Raufi Marques, recebeu nesta manhã, o prefeito de Nova Andradina Roberto Hashioka e o diretor da empresa Brasil Bioenergia SA, Laércio Néri, para tratar da viabilização e implantação de um novo projeto de usina do biodiesel em Mato Grosso do Sul, com pretensão de instalação de cinco unidades no Estado. A primeira unidade da usina foi pré-definida em contatos anterirores entre a empresa e prefeito municipal, para o município de Nova Andradina, região sudeste do Estado.

Néri sinalizou com a implantação de uma usina de produção de 115 mil toneladas de biodiesel ao ano, utilizando a soja, como produto inicial, e o pião manso, como nova planta a ser cultivada no Estado em larga escala de produção. O empreendimento utilizará também agricultura familiar e a construção da usina é planejado para janeiro de 2007, com ativação total para no máximo janeiro de 2008. “Queremos trazer um grande empreendimento para este Estado, com inovação, como a plantação do pião manso.”

O diretor ressaltou que os investimentos previstos serão de R$ 140 milhões na unidade de produção, 150 milhões na compra de matérias-primas e o trabalho é direcionado aos 12 meses do ano. “Somente o cultivo e colheita da planta é de oito meses, ficando os quatro meses restantes para trabalhos de recuperação do solo e área, e retorno ao cultivo.”

O secretário Raufi Marques, colocou o governo estadual à disposição para discutir este novo empreendimento. “Vamos estudar e fornecer os incentivos necessários, para atrair e conquistar mais desenvolvimento desta nova área para Mato Grosso do Sul.” Raufi lembra que o governo já conquistou e atraiu a empresa Brasil Ecodiesel para o Estado, que se instalará no município de Dourados. “A Ecodiesel colocou o Estado entre os principais para investimento do grupo, com nova unidade de capacidade a 100 mil toneladas ano.”


Novo governo - Raufi lembrou que o que será estabelecido agora terá que ser garantido com o próximo governo e no próximo ano, reafirmar com o novo governador. “Estamos à disposição, mas temos que desde já garantir a aplicação futura com o novo governo.”


Diversificar Economia - O governador Zeca do PT, nos últimos anos colocou-se à disposição na luta pela diversificação da economia de Mato Grosso do Sul e sempre ressalta que o Estado é um excelente mercado, possui localização estratégica e está pronto para assumir novos caminhos.

Segundo Zeca, o Estado está pronto para novos investimentos e ampliação da sua economia. “Hoje temos boa infra-estrutura, estradas, portos e natureza com seus rios que nos privilegia; administrativamente recuperado, apostando e pronto para diversificar sua base econômica; faz divisão com cinco outros estados, sendo entrada do Mercosul; a terra é muito boa para cultivo, sendo a mamona nativa e seu povo é muito trabalhador e guerreiro.”


Biodiesel - A produção desse novo combustível, o biodiesel, é uma descoberta do Brasil, por meio de pesquisas e comprovação de Expedito Parente, brasileiro do Estado do Ceará. A tecnologia empregada é 100% nacional e leva matéria-prima à base de produtos de nossa terra, como a mamona, soja, palma, babaçu e algodão. Com isso, o novo produto e mercado, levarão o País ao desenvolvimento de tecnologia nacional que será utilizada em todo o mundo, gerando mercado e empregos para a cidade e campo.

O governo federal, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incentivou e proporcionou as novas descobertas, implantando grupo de trabalho e pesquisa. Ampliou recursos e investimentos na área e editou a medida provisória 105/2003, que criou e normatizou o novo produto brasileiro. A utilização do produto será natural, mas, por segurança e implementação, será obrigatório o uso de 2% e 5% de mistura ao diesel até 2008 e 2013, respectivamente. O consumo já é previsto para 800 milhões de litros, chegando a 2 bilhões em 2013.

A reunião contou com a participação do prefeito de Nova Andradina Roberto Hashioka e do secretário de Estado da Produção e do Turismo, João Cavallero, e do superintendente da Secretaria de Estado de Receita e Controle, Gladison Amorim.

Fonte: Agência Popular

Biodiesel: usina em palmeira (pr) beneficiará 20 mil agricultores

09/01 - 10:25 - Agência Safras


SAFRAS (09) - A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento inicia em 2008 o trabalho de organização dos produtores rurais da região Centro-Sul do Estado para que possam atender à demanda por oleaginosas que será gerada com a instalação da usina de biodiesel da Petrobrás no município de Palmeira. "O Paraná entra definitivamente para a era do biodiesel com a instalação da maior usina de processamento no País, conforme anúncio da Petrobrás", disse o secretário Valter Bianchini.

O desafio da Secretaria, segundo o secretário, será promover a diversificação das pequenas propriedades rurais, que hoje dependem das culturas do fumo, soja e de um pólo leiteiro que está surgindo na região. "A produção de oleaginosas para fabricação de biodiesel representa mais uma alternativa de renda para os agricultores e ainda potencializa as opções de culturas de inverno", observou Bianchini.

Conforme estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral), serão cultivados cerca de 165 mil hectares com plantas oleaginosas para atender as necessidades da usina. O projeto da Secretaria prevê o envolvimento de aproximadamente 20 mil agricultores familiares na região Centro-Sul.

A instalação da usina de biodiesel no município de Palmeira faz parte de um protocolo de intenções firmado entre a Petrobrás e o governo do Paraná. A escolha do município foi da Petrobrás, em função da concentração de agricultores familiares, capacidade de produção de matéria-prima pela Agricultura Familiar, logística de transporte rodoviário e ferroviário e proximidade dos centros consumidores de óleo diesel.

A Petrobrás está negociando com a Prefeitura de Palmeira a doação de um terreno onde será construída a primeira usina de biodiesel de grande porte no Estado, que será a maior do País, disse o engenheiro agrônomo do Deral Richardson de Souza.

A estatal vai investir R$ 120 milhões e terá uma capacidade de produção de 113 milhões de litros por ano, devendo absorver matéria-prima não só de Palmeira, mas de todos os municípios da região Centro-Sul, que é típica da Agricultura Familiar e que concentra um baixo Indice de Desenvolvimento Humano (IDH). "Um empreendimento desse porte traz também a oportunidade para a região produzir duas safras, de inverno e verão, que proporcionarão mais renda aos agricultores", destacou o secretário Bianchini.

Para o trabalho de organização dos agricultores familiares, a Secretaria da Agricultura vai recorrer ao Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e ao Instituto Emater de Extensão Rural. Esses órgãos irão orientar tecnicamente os agricultores na opção pelo cultivo de oleaginosas como soja, girassol, canola, nabo forrageiro, mamona e amendoim, que se adaptam às condições de clima e solo da região Centro-Sul.

SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS O plantio de oleagionosas para produção de biodiesel irá auxiliar os produtores na substituição da cultura do fumo. Souza prevê benefícios por parte da Petrobrás aos agricultores que optarem pela substituição. Ente eles, o fornecimento de assistência técnica pela empresa; garantia de preços e pagamento antecipados, que são condições que irão proporcionar rentabilidade aos agricultores.

Segundo o secretário Bianchini, os agricultores familiares serão beneficiados pela política de biodiesel do governo federal, que dá prioridade à compra de matéria-prima da Agricultura Familiar. Para obtenção do selo social, que permite a redução de impostos federais, as usinas de biodiesel são obrigadas a comprar no mínimo 30% da matéria prima da Agricultura Familiar.

As informações partem da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.

Fornecedor de cana diversifica produção

Marcelo Andriotti / Agência Anhangüera

(23/1/2008) - O preço da cana-de-açúcar para o produtor caiu 36% em 2007. O valor recebido pela tonelada produzida despencou de R$ 51,00 para R$ 35,00, causando prejuízos para os fornecedores de cana que gastam R$ 40,00 por tonelada. Para amenizar os prejuízos das oscilações do setor, agricultores buscam diversificação e novas formas de receita. Em Piracicaba, a Cooperativa dos Fornecedores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) está investindo para garantir aos associados lucros com a produção de carne, leite, soja e biodiesel.

Em abril, será inaugurada na cidade uma usina de biodiesel para receber soja dos cooperados. "Custará entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões e foi financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que entrou com 80%, e pela própria cooperativa", disse o presidente da Coplacana, José Coral.

A cana precisa ser renovada a cada cinco cortes e, por isso, os produtores costumam reservar 20% de suas terras a cada ano para interromper o plantio. A maioria das vezes, a terra fica sem cana de agosto a março do ano seguinte. A idéia é que nesse período seja plantada soja. Ela pode ser plantada e colhida no período, além de ajudar a recuperar a terra. "Ao invés de ficar esse tempo sem lucrar, o produtor pode ganhar plantando soja. Ela será usada para a produção do biodiesel na usina e o bagaço que sobra será usado para alimentar gado de corte e leiteiro", afirmou Coral. O grão da soja é moído para retirada do óleo e o bagaço tem alto valor nutricional.

No ano passado, a Coplacana assumiu o controle de uma usina de leite do município por 20 anos. Com isso, os plantadores de cana estão criando também gado leiteiro e abastecendo a usina, que pasteuriza, faz o envasamento e comercializa o leite. Esse gado poderá ser alimentado com a ração feita com bagaço da soja que sobra na usina de biodiesel, barateando a produção e aumentando o lucro.

Inicialmente, o biodiesel produzido na usina da cooperativa será utilizado pelos próprios cooperados em seus veículos e máquinas. Isso reduzirá os gastos com combustível e, futuramente, gerará um lucro extra. Quando a usina estiver funcionando plenamente, o excedente de combustível será comercializado.

Qualificação
Para melhorar a produtividade, os plantadores também estão investindo na qualificação profissional. A cooperativa participa da Universidade da Cana, um projeto da empresa de defensivos agrícolas FMC. Neste mês começaram as aulas da primeira turma, que reúne 50 engenheiros agrônomos.

O investimento da FMC para a universidade é de R$ 1,2 milhão por ano. A cooperativa cuida da infra-estrutura necessária. Os alunos têm alojamento e alimentação, com gastos cobertos pelo programa. Eles se dedicam exclusivamente ao curso, com aulas durante todo o dia.

Os alunos aprendem noções de planejamento, plantio e adubação, cultivo, colheita, além da fase industrial e de comercialização de açúcar, etanol e energia. Eles têm aulas sobre estratégias, mercado e gestão de pessoas. O objetivo é fazer o agrônomo se especializar no setor canavieiro, auxiliando todo o processo produtivo. "Eles estão com emprego garantido", afirmou Coral.

Dificuldades
O presidente da Coplacana, José Coral, disse que os fornecedores de cana estão enfrentando dificuldades. A queda no preço da tonelada de cana-de-açúcar é conseqüência do aumento da produção de cana e do dólar baixo. Com isso, o açúcar ficou mais barato no comércio internacional. "O fornecedor não consegue fechar suas contas. Ele está gastando mais do que recebe", afirmou Coral.

Apesar do preço ao produtor estar muito baixo, o consumidor continua pagando caro pelo álcool nos postos de combustível. Coral falou que a diferença entre o que o produtor recebe e o que o consumidor paga é muito alta. "Não queremos intervenção governamental, mas é preciso mais fiscalização para evitar distorções. Isso impede os produtores de pagar suas contas e financiar as próximas safras e fará o preço disparar futuramente", previu.

Com menor produção, o preço do álcool sobe, mesmo porque o consumo cresce sem parar por causa das vendas de carros bicombustíveis no Brasil. Coral alertou que existe até uma possibilidade pequena de redução do fornecimento na primeira metade deste ano, com aumento dos preços em breve. "Se o período de chuvas passar de abril, o que não é comum, pode haver falta do produto", declarou Coral. Isso poderia atrasar a safra e reduzir os estoques.


Fonte:
Agência Anhangüera

Usina de biodiesel entra em operação no mês de abril


Planta industrial da Petrobras, no município de Candeias, resultou de investimento de R$78 milhões

Jony Torres

A primeira usina de biodiesel da Petrobras, instalada no município de Candeias, na região metropolitana, deve entrar em operação no início de abril. Resultado de um investimento de R$78 milhões, a planta vai produzir 57 milhões de litros do combustível por ano, a partir de óleo obtido de vegetais. A obra, anteriormente prevista para terminar em fevereiro, foi prorrogada por causa de um atraso na chegada de equipamentos e tubulações.

Para garantir o fornecimento de matéria-prima, a estatal já fechou acordo com dez cooperativas baianas de pequenos produtores e nos próximos dias deve costurar novas parcerias. Inicialmente, a previsão é beneficiar 35 mil agricultores familiares. “Já estamos estocando óleo e vamos dar partida na planta com capacidade plena de produção”, informou George Luís Dias Mendes, gerente de implantação do Projeto Biodiesel Candeias.

Diferente de outras empresas que apostam na verticalização da produção com a compra de áreas de plantio, a Petrobras pretende fortalecer a parceria com a agricultura familiar. “Não vamos comprar terra nem esmagadoras. Nossa intenção é estimular o cooperativismo e a melhoria da produção familiar”, afirmou Mendes. Parte da matéria-prima também virá do vizinho estado de Sergipe. Através de uma unidade de pré-tratamento, criada para corrigir as diferenças de acidez, a usina tem capacidade para processar óleo de dendê, soja, algodão, girassol, mamona, pinhão manso e amendoim, além de sebo bovino.

Atualmente com quase 600 funcionários trabalhando para garantir os primeiros testes ainda no final de março, a usina deve gerar 65 empregos diretos. Os operários já foram contratados através de concurso público e estão em fase de treinamento. Além da Bahia, devem entrar em operação, ainda em 2008, duas usinas produtoras de biodiesel, localizadas em Montes Claros (MG) e Quixadá (CE).

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Usina de Biodiesel da Petrobras

Localização Candeias (RMS)

Investimentos R$78 milhões

Produção 57 milhões l/ano

Empregos na obra 600

Empregos diretos 65

Empregos indiretos 35 mil

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Bionasa vai contratar produtores baianos

Adriana Patrocínio

A Bionasa, que está construindo em Porangatu, norte de Goiás, uma das maiores indústrias de biodiesel do país, vai contratar agricultores do oeste baiano para fornecimento de girassol. A unidade contará com investimentos de R$256 milhões e iniciará as operações em julho de 2008. Vai fabricar inicialmente 220 mil toneladas do biocombustível por ano, volume que deve dobrar quando atingir a capacidade plena, prevista para 2010. Segundo o presidente da Bionasa, Francisco Barreto, a partir de novembro, consultores da companhia vão realizar visitas a associações, cooperativas e pequenos e médios produtores independentes da região para formalização das parcerias. Interessados também podem entrar em contato com a empresa pelo site www.bionasa.com.br.

“Temos total interesse em manter uma relação estreita com produtores do oeste baiano, pela qualidade e profissionalismo que existe na área agrícola da região”, salienta Barreto, que, junto com um grupo de empresários baianos, é proprietário também da fábrica de charutos Menendez & Amerino, instalada em São Gonçalo dos Campos. O executivo não soube informar a quantidade de girassol que será adquirida de cada localidade. “Tudo vai depender da agressividade do agricultor e da oferta de cada região”, diz. Futuramente, a empresa pretende também utilizar o pinhão-manso, estimulando a produção na região Centro-oeste do país.

O presidente da Bionasa destaca as vantagens do girassol, como facilidade de adaptação no cerrado brasileiro, resistência à falta de água, ao frio e ao calor e alto teor de óleo – em torno de 40%. Toda a produção da fábrica será exportada, para a Europa, Estados Unidos e Ásia. Da produção inicial, de 220 mil toneladas/ano, cerca de 160 mil serão produzidas a partir do girassol. A soja e a gordura animal serão as outras duas matérias-primas complementares que a empresa pretende adquirir.

Biodiesel já é vendido nos postos capixabas, mas especialista alerta que redução da poluição só ocorrerá quando a mistura for maior
04/01/2008 13:03:06 - Redação Gazeta Rádios e Internet


Desde o dia primeiro de janeiro deste ano, o diesel comercializado nos postos de combustíveis de todo o país passou a ter a obrigatoriamente de adição de 2% de biodiesel. Uma mistura que, de acordo com especialistas, consiste em álcool adicionado a óleo comum de cozinha, que após um processo químico transforma-se em um combustível renovável.

Nos planos do Governo Federal a adição de 2% dessa mistura no diesel, vendido nas bombas, irá melhorar o ar, por causa da diminuição da emissão de gás carbônico, o CO², e também a vida dos trabalhadores do campo. No entanto, para alguns, essa proposta atinge mesmo apenas o trabalhador rural. De acordo com o coordenador do programa Despoluir da Federação das Empresas de Transportes do Espírito Santo, João Carlos Fernandes, o meio ambiente só vai sentir o benefício dessa adição quando o percentual ultrapassar os 5% de biodiesel. Mas isso, nos planos do Governo, só deve acontecer em 2013.

“Hoje esse programa do biodiesel, com a obrigatoriedade de 2%, tem mais conotação social do que ambiental e financeira. A grande vertente dele é gerar emprego e renda no campo, principalmente para os pequenos produtores. Esses serão os grandes beneficiários, por enquanto. Quando tiver uma proporção em torno de 10% é que o meio ambiente vai ganhar muito”, afirma Fernandes.

O coordenador do programa Despoluir explicou ainda que nesse primeiro momento não haverá impacto significativo na manutenção do veículo e nem na economia, tanto para aumentar quanto para reduzir o consumo. Fernandes alega que a adição do biodiesel não trará prejuízos à mecânica dos automóveis.

“O motorista vai continuar abastecendo o carro dele com o diesel, acrescentando apenas 2% do biodiesel. Isso não vai gerar impactos significativo nenhum em relação ao desempenho do veículo e do motor. A gente também não espera impacto financeiro, pois o valor dele não é tão superior ao diesel”, declara o coordenador.

A tendência dos trabalhadores rurais, produtores de dendê, mamona, soja, girassol e granola, que depois de processados se transoformam em óleo, é formarem cooperativas para abastecerem as industrias produtoras do biodiesel. A expectativa é de que sejam consumidos cerca de 840 milhões de litros de biodiesel por ano em todo o país. Atualmente, a capacidade instalada das usinas de biodiesel é de 2,5 bilhões/ano, o que garante o abastecimento. A produção de biodiesel já gerou 600 mil postos de trabalho no campo, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Espírito Santo afirmou que em todos os postos do Estado já há a adição de 2% do biodiesel ao diesel. O biodiesel é distribuído com uma substância química, conhecida como marcador, que permitirá identificar, em testes de laboratório, o produtor e a matéria-prima utilizada na sua fabricação.

A chegada do biodisel, chamado de "B2", significará também uma economia de aproximadamente US$ 410 milhões, reduzindo a dependência externa do diesel de 7% para 5%, segundo informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O governo federal está tão otimista com a adaptação do mercado à mistura de biodiesel ao diesel que já aposta que poderá ainda em 2008 dar autorização, mas não tornar obrigatório, a mistura de 3% no derivado do petróleo do produto extraído de plantas.

Vantagens na utilização do Biodiesel

* É energia renovável. No Brasil há muitas terras cultiváveis que podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas, principalmente nos solos menos produtivos, com um baixo custo de produção.

* O biodiesel tem risco de explosão baixo. Ele precisa de uma fonte de calor acima de 150 graus celcius para explodir

* Tem fácil transporte e fácil armazenamento, devido ao seu menor risco de explosão.

* O uso como combustível proporciona ganho ambiental para todo o planeta, pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa.

* Para a utilização do biocombustível, não precisa de nenhuma adaptação em caminhões, tratores ou máquinas.

* O biodiesel é uma fonte limpa e renovável de energia que vai gerar emprego e renda para o campo, pois o país abriga o maior território tropical do planeta, com solos de alta qualidade que permitem uma agricultura auto-sustentável do plantio direto; topografia favorável à mecanização e é a nação mais rica em água doce do mundo, com clima e tecnologia que permitem a produção de duas safras ao ano.

* Contribui ainda para a geração de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social e prioridade de nosso atual governo. Com isso, segura o trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país.

Desvantagens

* Os grandes volumes de glicerina previstos (subproduto) só poderão ter mercado a preços muito inferiores aos atuais; todo o mercado de óleo-químicos poderá ser afetado. Não há uma visão clara sobre os possíveis impactos potenciais desta oferta de glicerina.

* No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais, importantes bolsões de biodiversidade. Embora, aqui no Brasil, essas lavouras não tenham o objetivo de serem usadas para biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.

Associação Nacional dos Industriais de Biocombustíveis nasce


Foi criada, na última sexta-feira, a Associação Nacional dos Industriais de Biocombustíveis (ANIB). A entidade tem como associados seis recicladores de óleos alimentares usados em biodiesel : a Space, a Socipole, a BioOeste, a Supermatéria, a Norgen e a Ecoldiesel, apurou o AmbienteOnline.

As empresas pretendem ter uma palavra activa na divulgação da problemática do resíduo «óleo vegetal usado» no quadro legislativo actual.

Segundo a direcção, os associados, que representam a quase totalidade dos recicladores de óleos vegetais usados em biodiesel em Portugal, pretendem uma clara regulamentação do sector através de legislação específica. A consciencialização ambiental, a nível empresarial e particular, será outra das principais preocupações da ANIB.

Investimento do RJ na agricultura cresce 1.000%

O Governo fluminense investirá neste ano 1.000% a mais em infra-estrutura agropecuária do que foi investido por ano nas últimas décadas. O orçamento, publicado no Diário Oficial, destinou R$ 11 milhões para investimentos em irrigação, drenagem e prestação de serviços para a agricultura e pecuária fluminense.

Mais de R$ 2 milhões serão utilizados em obras de irrigação e drenagem. Programas como o Rio Genética, que prevê o melhoramento do rebanho fluminense com utilização de tecnologia genética, terá um investimento de R$ 400 mil. A verba será destinada principalmente para a recuperação da Estação Experimental da Pesagro, em Seropédica, que permitirá a estruturação do programa. O recurso será utilizado para a aquisição de tourinhos, além de equipar o Centro de Treinamento e Transferência de Embriões, que funcionará na estação.

– Vamos disponibilizar animais de alto padrão genético para os produtores, principalmente na área leiteira, já que na área de corte esse trabalho será feito em parceria com os laboratórios particulares – explica o secretário da Agricultura, Christino Áureo.

O secretário informou também que pela primeira vez o Estado contará com recursos próprios para investimentos em irrigação, drenagem, limpeza de canais e apoio aos programas setoriais da secretaria como o Frutificar, Florescer e Cultivar Orgânico. Estas verbas somam-se aos recursos já destinados a custeio e financiamento para o produtor.

A estruturação da cadeia produtiva do café, no sul e noroeste fluminense, é outro projeto importante que será implantado com os recurso orçamentário estadual. Segundo Christino Áureo, o projeto visa melhorar a estrutura para o beneficiamento do café, e vem sendo discutido com o setor há bastante tempo.
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A construção de um espaço para o preparo de hortaliças minimamente processadas, uma espécie de packing house, que prepara os alimentos para o mercado através de procedimentos como a seleção, limpeza, lavagem, descascamento e corte, que não afetem suas características e agregam valor, está na pauta da Secretaria de Agricultura.

Aliada a esta ação, serão construídas Casas de Vegetação - áreas de produção de mudas de fruteiras, flores e orgânicas - para o desenvolvimento da fruticultura e horticultura no Estado. Esse projeto será em parceria com prefeituras e universidades do interior fluminense.

Serão investidos ainda R$ 2,5 milhões na CEASA – Centrais de Abastecimento do Rio de Janeiro, com o objetivo de melhorar a estrutura de comercialização de produtos agrícolas.

Os recursos serão destinados ao projeto de Combate a Incêndio, elaborado em cooperação com a Defesa Civil estadual, e a ampliação da área de comercialização, com um novo pavilhão destinado especialmente aos produtores de couve-flor.

O mercado terá espaços específicos destinados a fruticultura e a hortaliças. Investimentos na informatização do mercado permitirá a integração com os núcleos de produção do interior e fará com que, em pouco tempo, o produtor possa marcar as pedras (locais de venda) por intermédio de terminais remotos.

A construção de viveiros para o desenvolvimento do programa de biodiesel implementado pela Pesagro, aquisição de maquinas e equipamentos agrícolas para a Emater e estruturação da agroindústria de abate de bovinos no Norte Fluminense, são outras ações que estão previstas para serem executadas ainda este ano.

Segundo Christino Áureo, o Estado vinha implementando um conjunto de políticas agrícolas e havia a necessidade de investimento em infra-estrutura para o melhor funcionamento dos programas.

Biodiesel é opção para sitiantes

Rogério Verzignasse / Agência Anhangüera

(16/1/2008) - A diversificação das culturas é apontada por especialistas como forma de impulsionar a economia de Miracatu, no Vale do Ribeira, região paulista com os menores índices de desenvolvimento humano. Os sítios, historicamente tomados por bananais, são gradativamente ocupados com o pinhão manso, usado na produção do biodiesel.

O promissor mercado de combustível limpo fez com que a Prefeitura firmasse com uma indústria de fertilizantes acordo para a ocupação parcial das roças com a planta - nativa da região. A arrecadação do Município depende quase que exclusivamente da banana. Um terço dos 30 mil habitantes vive no campo. Quem não colhe a fruta, trabalha em fábricas de doces, no acondicionamento ou no transporte da mercadoria para os centros consumidores.

Acontece que o relevo acidentado e o solo ácido sempre impediram a movimentação de máquinas e a alternância de cultura. As bananeiras são vistas até no acostamento da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo e Curitiba (PR). Mas desde 2004, quando os bananais de Miracatu foram tomados pela sigatoka negra, os agricultores vivem em pânico.

O monitoramento técnico emergencial, oferecido pelo Estado, permite ao agricultor o controle da praga. Mas as intervenções para a drenagem do solo e o corte das folhas doentes atravancam a produção. Além disso, o custo com a pulverização anual praticamente dobrou. E o faturamento, que já era baixo, caiu mais ainda. "A gente não pode continuar dependendo exclusivamente da banana. Basta uma praga para estremecer a cidade", fala Isnaldo Costa Lima Júnior, produtor rural e diretor do Departamento Municipal de Agricultura.

Da Casa da Agricultura de Miracatu, Lima Júnior convenceu cerca de 30 produtores a assinarem o contrato com a Fortibom, de Catanduva, para a produção de pinhão manso. A indústria de fertilizantes dá sementes, capacita técnicos e se compromete a comprar todo o produto da colheita. A Prefeitura oferece estrutura e orientação aos lavradores. A vantagem, para o agricultor, é que ele vai ter faturamento digno, suficiente para manter os empregos no campo, e depender menos da oscilação brusca do preço.

No final de 2007, por exemplo, a caixa com 22 quilos da banana era comprada na Ceasa por R$ 12,00. Mas houve época do ano em que o preço foi R$ 4,00. "Fenômenos climáticos e amadurecimento rápido interferem na qualidade da fruta entregue nas bancas", diz Lima Júnior. "Por conta da sigatoka negra, a fruta minúscula do cacho também perde mercado."

O pinhão manso, porém, é uma planta nativa que se adapta bem às condições locais do clima. É rústica, resistente ao calor e se cresce rapidamente nas glebas ensolaradas. Além disso, a colheita é manual, emprega a força de trabalho da família inteira.

Ao final dos próximos três anos, quando os arbustos atuais estiverem adultos, cada hectare cultivado vai gerar até 6 toneladas de frutos ao ano. A banana rende mais: 25 toneladas por hectare. Mas, pelo que se vê, a cultura é muito vulnerável. "O produtor tem esperança de ter uma roça lucrativa com o resistente e promissor pinhão manso", aposta Lima Júnior.

Desespero com crise
Quem passa na ponte do Rio São Lourenço, em Miracatu, impressiona-se ao ver o "mar" de bananais na paisagem. Até nas áreas mais acidentadas do relevo, trechos tomados de mata nativa, se notam as bananeiras, contornando montanhas.

O paulistano Albertino Marinho, que viveu quase 50 anos na metrópole, se mudou para Miracatu no começo da década. Ele gastou tudo o que tinha para comprar 52 hectares no mato, a uns 15 quilômetros da zona urbana. Quando a sigatoka negra chegou, a família de Marinho se desesperou. Os dois filhos, por exemplo, voltaram para São Paulo. E ele se viu desamparado, na frente de bananeiras necrosadas.

Hoje, Marinho é um dos 30 agricultores dedicados ao pinhão manso. Ele cultivou as mudas em terrenos íngremes, que só serviam para juntar mato. "Além de aproveitar toda a gleba, no futuro vou gastar menos com pulverização de bananal", diz. Ele também cria gado leiteiro sob pés de jaca. Sua propriedade é uma espécie de modelo da zona rural diversificada, sonhada por Miracatu.

Segundo o engenheiro agrônomo Ederson Ferrigno, a Prefeitura e o Estado planejam grupos rurais para o desenvolvimento de outras cadeias viáveis, além da banana e do peão manso. Há espaço para mel, eucalipto e palmáceas (como palmito pupunha e açaí). "A gente começou com o pinhão manso. Cada parceiro do projeto recebe 500 mudas", explica. "Queremos agregar valor à produção agrícola da cidade."