Usina de biodiesel entra em operação no mês de abril


Planta industrial da Petrobras, no município de Candeias, resultou de investimento de R$78 milhões

Jony Torres

A primeira usina de biodiesel da Petrobras, instalada no município de Candeias, na região metropolitana, deve entrar em operação no início de abril. Resultado de um investimento de R$78 milhões, a planta vai produzir 57 milhões de litros do combustível por ano, a partir de óleo obtido de vegetais. A obra, anteriormente prevista para terminar em fevereiro, foi prorrogada por causa de um atraso na chegada de equipamentos e tubulações.

Para garantir o fornecimento de matéria-prima, a estatal já fechou acordo com dez cooperativas baianas de pequenos produtores e nos próximos dias deve costurar novas parcerias. Inicialmente, a previsão é beneficiar 35 mil agricultores familiares. “Já estamos estocando óleo e vamos dar partida na planta com capacidade plena de produção”, informou George Luís Dias Mendes, gerente de implantação do Projeto Biodiesel Candeias.

Diferente de outras empresas que apostam na verticalização da produção com a compra de áreas de plantio, a Petrobras pretende fortalecer a parceria com a agricultura familiar. “Não vamos comprar terra nem esmagadoras. Nossa intenção é estimular o cooperativismo e a melhoria da produção familiar”, afirmou Mendes. Parte da matéria-prima também virá do vizinho estado de Sergipe. Através de uma unidade de pré-tratamento, criada para corrigir as diferenças de acidez, a usina tem capacidade para processar óleo de dendê, soja, algodão, girassol, mamona, pinhão manso e amendoim, além de sebo bovino.

Atualmente com quase 600 funcionários trabalhando para garantir os primeiros testes ainda no final de março, a usina deve gerar 65 empregos diretos. Os operários já foram contratados através de concurso público e estão em fase de treinamento. Além da Bahia, devem entrar em operação, ainda em 2008, duas usinas produtoras de biodiesel, localizadas em Montes Claros (MG) e Quixadá (CE).

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Usina de Biodiesel da Petrobras

Localização Candeias (RMS)

Investimentos R$78 milhões

Produção 57 milhões l/ano

Empregos na obra 600

Empregos diretos 65

Empregos indiretos 35 mil

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Bionasa vai contratar produtores baianos

Adriana Patrocínio

A Bionasa, que está construindo em Porangatu, norte de Goiás, uma das maiores indústrias de biodiesel do país, vai contratar agricultores do oeste baiano para fornecimento de girassol. A unidade contará com investimentos de R$256 milhões e iniciará as operações em julho de 2008. Vai fabricar inicialmente 220 mil toneladas do biocombustível por ano, volume que deve dobrar quando atingir a capacidade plena, prevista para 2010. Segundo o presidente da Bionasa, Francisco Barreto, a partir de novembro, consultores da companhia vão realizar visitas a associações, cooperativas e pequenos e médios produtores independentes da região para formalização das parcerias. Interessados também podem entrar em contato com a empresa pelo site www.bionasa.com.br.

“Temos total interesse em manter uma relação estreita com produtores do oeste baiano, pela qualidade e profissionalismo que existe na área agrícola da região”, salienta Barreto, que, junto com um grupo de empresários baianos, é proprietário também da fábrica de charutos Menendez & Amerino, instalada em São Gonçalo dos Campos. O executivo não soube informar a quantidade de girassol que será adquirida de cada localidade. “Tudo vai depender da agressividade do agricultor e da oferta de cada região”, diz. Futuramente, a empresa pretende também utilizar o pinhão-manso, estimulando a produção na região Centro-oeste do país.

O presidente da Bionasa destaca as vantagens do girassol, como facilidade de adaptação no cerrado brasileiro, resistência à falta de água, ao frio e ao calor e alto teor de óleo – em torno de 40%. Toda a produção da fábrica será exportada, para a Europa, Estados Unidos e Ásia. Da produção inicial, de 220 mil toneladas/ano, cerca de 160 mil serão produzidas a partir do girassol. A soja e a gordura animal serão as outras duas matérias-primas complementares que a empresa pretende adquirir.